Achei um artigo interessante aqui, intitulado "Como matar a Indústria Fonográfica". Jens Roland tem 8 hipóteses para explicar o problema da indústria de entretenimento:
- A indústria de games e computadores tornou-se um terceiro e inesperado competidor;
- Os consumidores podem importar um produto evitando pagar o preço local;
- CDs e MP3s têm um baixo índice de degradação tornando a recompra de um produto coisa do passado;
- Graças à tecnologia digital não é mais absurdo criar o próprio estúdio, aparecem, portanto, diversos novos competidores aos "Big 4";
- Com a World Wide Web o sistema de distribuição digital (aka iTunes) botou antigo modelo, baseado em capas, caixas e caminhões, no chinelo;
- O número de rádios ultra-especializadas e canais de TV via demanda cresceu vigorosamente, a compra de um produto tornou-se opcional para o ouvinte ocasional;
- Há 15, 20 anos atrás os jovens se reuniam simplesmente para ouvir música, hoje há diversas alternativas de entretenimento e os jovens não se reunirão sem uma atividade intermediando a música: Guitar Hero, Rock Band, danceterias, shows...
- Roland acredita que a indústria se sabotou quando, ao invés de vender digitalmente apenas álbuns inteiros, passou a comercializar faixas individuais. Normalmente um músico tem duas ou três faixas "de trabalho",
jabaculêsmúsicas que são divulgadas ad nauseam nas rádios e canais de TV. Certamente esta divulgação pode se tornar bem custosa, de modo que a compra das faixas obscuras pagava pela divulgação das faixas de trabalho.
Curioso, o marketing da minha geração tentava fazer-nos crer que havia um objeto de completude e satisfação: recordo de um outdoor de sapatos que dizia "você é o que deseja". Hoje, se está claro que O objeto não existe, que a completude não existe, que ninguém tem aquilo que lhe falta, a indústria tenta obturar a falta com a máxima "muito mais do mesmo - e agora ao seu alcance ;^)". É a lógica do excesso no lugar da falta. E restando a insatisfação sempre é possível comprar mais, comer mais, ver mais, ter mais... Ou não? E quando não? E se não fizer diferença nenhuma? O que fazer com a falta? Tudo o mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário